Homens solteiros com mais de 40 Santa Comba Dão Portugal

Incêndio em casa em Santa Comba Dão deixa moradora ferida A Guarda Nacional Republicana deteve um homem de 22 anos, por tráfico em Santa Comba Dão, Viseu, terra de Salazar, e uniu os deputados mais à esquerda, PCP e BE. António Oliveira Salazar, que governou Portugal durante 40 anos, de a.
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A idade média no casamento destes homens foi 28,8 anos. A ser verdade, isso poderia ter tido um efeito visível na sazonalidade dos casamentos e bem assim na das concepções, no caso de migrantes casados. Isto aplica-se também à primeira década do século XIX. É possível que, durante estes anos, as migrações sazonais tenham efectivamente diminuído. O que é certo é que a idade média no casamento desceu. Mesmo assim, mais de um quarto dos casamentos contraídos durante a segunda metade do século XIX realizou-se durante os meses de Agosto e Setembro.

Podem ter trazido o dinheiro suficiente para formar um novo agregado familiar ou para comprar terras. Dois casaram com mulheres muito mais velhas do que eles, uma delas com mais dezassete anos. Quando entravam na casa dos vinte anos, os jovens emigravam. Bell , por exemplo, considera-a uma prova do controlo dos pais sobre o casamento dos filhos. O caso com que abrimos este capítulo é um exemplo disso. O mesmo se pode dizer dos casamentos ao longo de gerações sucessivas entre membros da próspera família Artilheiro.

Tiveram seis filhos, mas só os três mais novos chegaram à idade adulta. O mais velho destes, Manuel, nunca casou. Este jovem casal ficou a viver com Manuel e herdou os seus bens, quando ele faleceu, em O período pode estar deficientemente representado. Um sobrinho trineto, Manuel José Marinho, casou com uma prima em segundo grau, Rosa Franco, em ; ela tinha quarenta anos e ele apenas vinte e seis.

Um outro, António Monteiro, casou com uma prima direita do pai em , quando tinha vinte e nove anos; a noiva tinha quarenta e nove. Quando a mulher faleceu, em , juntou-se com uma das criadas da casa, uma jornaleira de trinta e cinco anos, que era filha ilegítima e oriunda de Moreira de Lima. Além disso, um homem mais novo, sobre o qual, pelo mero facto de ser mais velha do que ele dez anos ou mais, teria maior controlo e influência, teria sido uma boa escolha, tendo em conta o receio de um padrasto cruel.

O mesmo se podia dizer de homens que casavam com mulheres mais velhas ainda solteiras. Os pais reconheciam essa independência e respeitavam os filhos, pois isso é evidente nos testamentos, nos quais procuraram separar as contribuições destes filhos emigrantes para o património da família. Os fios de ouro usados pelas noivas camponesas do Minho e que faziam parte do seu vestido de casamento eram considerados uma prova da riqueza e pobre era a noiva que fosse à igreja sem um fio de ouro, ainda que fosse emprestado.

Em , outro terço era formado pelos jornaleiros sem terras e os chamados trabalhadores rurais. Daí que alguns pais idosos estejam a dividir as suas terras cedo. De facto, pela primeira vez na história de Portugal, desde meados dos anos 60, as mulheres emigraram em igualdade de condições com os homens, sendo algumas solteiras e outras casadas.

Além disso, até meados da década de , as remessas vindas de França criaram uma nova prosperidade em todo o Noroeste de Portugal. Em , os homens e mulheres casavam em média aproximadamente na mesma altura da vida que em As outras duas morreram solteiras, uma com oitenta e tal anos e a outra na casa dos noventa. A fim de explicar a ausência de uma congruência tipificada entre os dois fenómenos, Dixon aponta três factores que parecem intervir entre a estrutura social e a nupcialidade: a viabilidade do casamento, a existência de pares disponíveis e a vantagem do casamento.

Como Knodel e Maynes concluem, no seu estudo sobre as diferenças entre os modelos de casamento urbano e rural na Alemanha imperial,. Do mesmo modo, os adultos na casa dos vinte anos, incluindo os jovens do sexo masculino falecidos em Espanha, foram também eliminados. Mostram igualmente que a probabilidade de uma mulher casar diminuiu cada vez mais cerca dos finais do século XIX e durante a primeira década do XX. Inversamente, e o que talvez tenha mais interesse para nós, foi o coorte masculino correspondente ao coorte de mulheres com níveis mais elevados de celibato definitivo as que faleceram entre e que conheceu os níveis mais baixos de celibato definitivo.

Se os registos de casamento nos fornecem elementos indicadores desse movimento, o mesmo se pode dizer acerca dos registos de óbito. Outros tiveram menos êxito, chegando ao fim dos seus dias em solo estrangeiro. No decénio de , das vinte mulheres incluídas na categoria solteiras, no Quadro 3.

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Apurou-se também que, das treze falecidas na década seguinte, cinco tinham mais de cinquenta anos. Determinou-se com segurança que sete das mulheres que morreram solteiras nesse período tinham mais de cinquenta anos à data da morte.

Esperaram ano após ano, sem nunca terem sabido se o namorado estava vivo ou morto, até que chegaram a uma idade em que a esperança de casar era quase nula. Scheper-Hughes documenta ainda mais pormenorizadamente este modelo, no seu estudo da freguesia rural Country Kerry de Ballybran. Scheper-Hughes a O resultado é que, na Irlanda rural, tal como em certas partes da França rural dos nossos dias, o celibato masculino é superior ao celibato feminino. Como veremos no Capítulo V, em geral essa ideia confirmava-se. Deram às mulheres do Portugal rural uma certa liberdade de movimentos fora de casa e, no caso das mulheres casadas, reforçaram o seu poder e influência dentro da família.

Os pais podem ter preferido manter as filhas solteiras tanto tempo quanto possível, ou mesmo solteiras para sempre, a fim de as reter como um recurso económico; o facto de muitas delas esperarem pelo falecimento do pai para casar é uma prova disso. Em terceiro lugar, enquanto o Código Civil concedia um certo grau de economia às mulheres solteiras com mais de vinte e um anos, colocava as casadas inteiramente sob a autoridade dos maridos; o celibato era, pois, atraente, do ponto de vista legal.

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Antes que cases vê o que fazes. Goza-te de boa vontade. Filha é penar, parir, chorar! Quando eu era solteirinha, usava fitas aos molhos. Esses medos, disseram algumas, eram maiores antigamente, quando as dificuldades económicas eram também maiores do que hoje. Algumas decidiram simplesmente que viveriam melhor se permanecessem em casa dos pais. As duas filhas a seguir, Dores e Gracinda, nunca casaram.

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O celibato foi também o destino da filha mais nova, Josefa. As três tiveram pretendentes, mas, perante a desgraça da filha mais velha, José achou que nenhum deles era suficientemente rico para cuidar das filhas como ele podia fazer. Mesmo quando Gracinda engravidou e deu à luz uma filha ilegítima, em , proibiu o seu casamento com o pai da criança. José dos Santos recusou terminante. Numa conversa acerca dos namorados que tivera, Josefa pôs as coisas nos seguintes termos:. O meu pai preferia ter visto as filhas mortas a casadas e na miséria.

A filha mais nova, Amélia, nasceu em Depois do casamento, o casal foi viver na aldeia natal do noivo. Teve um aborto espontâneo e morreu pouco depois. A morte dela consternou José, uma vez que era a sua filha mais nova e a preferida. Mais contra ficou qualquer hipótese de casamento das suas outras filhas. Quando José faleceu em , deixou as suas propriedade a seu filho José que casara e à filha mais velha ainda viva, Dores. Além disso, deixar o terço a uma filha solteira era um mecanismo pelo qual as terras poderiam ser reunidas em vez de redistribuídas.

As tias solteiras favoreciam um sobrinho ou uma sobrinha, em especial o que vivia com ela desde criança e a estimava. O padrasto era um homem violento que espancava frequentemente a mulher e a enteada. Atribuía todas essas mortes prematuras aos maus tratos do padrasto. Ao longo da maior parte do século XIX, os descendentes de famílias de lavradores, tanto de lavradores médios como de abastados, parecem ter manifestado aproximadamente a mesma tendência para o celibato.

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Morreram ambos em , com um mês de intervalo. O casal teve nove filhos, seis dos quais alcançaram a idade adulta. As duas filhas mais velhas das cinco que o casal teve casaram, uma com vinte e nove anos, antes da morte dos pais, e a outra, em , depois de eles terem falecido e quando tinha trinta e oito anos.

As outras três filhas ficaram solteiras, tendo falecido respectivamente em , e , com setenta e cinco, setenta e oitenta e dois anos.

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Tinham herdado dos pais em partes iguais e, quando a tia faleceu, em , deixou os seus bens aos sobrinhos, também em partes iguais. Casara com Luísa em e, nos dezoito anos que se seguiram, Luísa deu-lhe oito filhos, seis dos quais sobreviveram. O filho mais velho, António, nunca casou; o segundo, uma rapariga, casou em , com trinta anos; as duas filhas a seguir nunca casaram, e a filha e o filho mais novos casaram, ela em , com trinta e três anos, e ele, em , com vinte e oito.

Os pais haviam falecido antes de qualquer destes casamentos: Manuel, em , e a mulher, em O mais velho desaparecera dos Róis da Desobriga em , e o terceiro e o sexto foram ambos dados como ausentes em Parece ter havido também dois e três casos de celibato feminino em certas famílias. Abandonada por um homem a quem se entragara, uma rapariga via muito diminuídas as suas hipóteses de arranjar marido.

Brandes sugeriu efectivamente que as deficiências mentais e físicas existentes numa família podem ter afectado o estado civil dos membros dessa família em geral.


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As solteiras trabalham em conjunto nas suas próprias terras ou como jornaleiras ou criadas.